O Papa sentiu-se ofendido por uma galeria de arte que permitiu que vandalizassem um exemplar da Bíblia Sagrada. Sob o título ‘Feito à Imagem de Deus’, a exposição que causou horror na cristandade européia tinha como objeto central uma Bíblia sobre a qual os visitantes puderam escrever mensagens, comentários jocosos, fazer desenhos obscenos e afins. Duvidando que alguém o fizesse, o Papa desafiou que o mesmo se repita ao Alcorão.
Qual é, seu Bento XVI? Já dizia o sacro ditado cristão: “quem tem, tem medo” – é claro que ninguém vai promover o mesmo achincaclhe ao Alcorão. Em suas fileiras, o islamismo mantém radicalistas que defendem e promovem até suicídio como arma contra os infiéis. O Cristianismo prega, no máximo, perdão e amor. Pelo menos neste século.
Radicalistas são indivíduos anencéfalos que enfileiram qualquer seguimento religioso e que, durante séculos, infestaram o cristianismo promovendo o terrorismo medieval a todos quantos fossem julgados hereges e pagãos.
Embora já se vá distante a data em que Galileu se viu condenado ao confinamento por simplesmente crer que a terra se move, esse sentimento de vitupério em nós pelos tais rabiscos não é claro vestígio dessa praga no cristianismo?
O radicalista é extremista porque é insano, e, francamente, é insano ofender-se com rabiscos numa Bíblia. Trata-se de um livro como outro qualquer e que, creiam, não vai herdar o Céu. No Paraíso não haverá exemplares das Bíblias do Silas Malafaia ou do Russell Shedd . A Bíblia só é diferente quando torna-se Palavra de Deus. E só torna-se Palavra de Deus quando quem a lê, ou mesmo a ouve, a recebe como tal. A Palavra não passará jamais. A Bíblia, sim!
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